A cidade de Deus
"Se o livro já era extraordinário, o filme não fica atrás. Ressuscita em nós todos os clichês para impacto: soco no estômago, porrada, choque.
Considerando que CIDADE DE DEUS é baseado em histórias reais, nenhum programa de candidato ao governo deveria ser feito sem antes assistir ao filme, que só vai entrar em cartaz em agosto. Assistir a CIDADE DE DEUS é um dever cívico."
Zuenir Ventura, O Globo
Uma breve pausa nos relatos idílicos de um Brasil pacífico e paradisíaco para um retorno duro à realidade (ou a uma das realidades, já que há tantas quantos olhares!).
Vi ontem pela primeira vez o filme A Cidade de Deus.
As viagens têm destas coisas, deixam-nos sedentos, atentos, curiosos de informações sobre tudo o que diz respeito aos países visitados.
O Brasil não é um país mas um mundo.
Pela extensão, pela diversidade, pela riqueza, pela pobreza...
A Cidade de Deus é um documento extraordinário e uma obra-prima.
Andei a evitá-lo durante imenso tempo porque me impressiona a violência crua no écrã.
E no entanto considero-o agora uma obra incontornável para quem ter um retrato do crescimento do crime organizado nas favelas do Rio de Janeiro de uma forma vívida e lúcida, com um elenco de jovens não-profissionais oriundos dessas mesmas favelas (e que por isso mesmo emprestam um realismo extraordinário às representações) e uma fotografia no mínimo surpreendente.
Deixou-me a pensar, revoltada, tocada, a debater, a reflectir, com vontade de saber muito mais, e essa, para mim, é uma das medidas de sucesso de qualquer coisa: a capacidade de ultrapassar as fronteiras do momento em que acontece e passar a fazer parte da nossa vida.
Fica aqui a sugestão para os que nunca viram e o convite ao comentário daqueles que já tiveram o contacto com a coisa.
Há muito tempo que não levava um murro no estômago tão bem dado!
Que me perdoem todos aqueles que estavam à espera de fotografias e histórias de viagens com pitéus de fazer água na boca.
Amanhã, talvez.
Hoje deu-me para aqui.
O impacto foi muito forte, não podia passar em branco.
" O Haiti é aqui!"
(caetano veloso)
Considerando que CIDADE DE DEUS é baseado em histórias reais, nenhum programa de candidato ao governo deveria ser feito sem antes assistir ao filme, que só vai entrar em cartaz em agosto. Assistir a CIDADE DE DEUS é um dever cívico."
Zuenir Ventura, O Globo
Uma breve pausa nos relatos idílicos de um Brasil pacífico e paradisíaco para um retorno duro à realidade (ou a uma das realidades, já que há tantas quantos olhares!).
Vi ontem pela primeira vez o filme A Cidade de Deus.
As viagens têm destas coisas, deixam-nos sedentos, atentos, curiosos de informações sobre tudo o que diz respeito aos países visitados.
O Brasil não é um país mas um mundo.
Pela extensão, pela diversidade, pela riqueza, pela pobreza...
A Cidade de Deus é um documento extraordinário e uma obra-prima.
Andei a evitá-lo durante imenso tempo porque me impressiona a violência crua no écrã.
E no entanto considero-o agora uma obra incontornável para quem ter um retrato do crescimento do crime organizado nas favelas do Rio de Janeiro de uma forma vívida e lúcida, com um elenco de jovens não-profissionais oriundos dessas mesmas favelas (e que por isso mesmo emprestam um realismo extraordinário às representações) e uma fotografia no mínimo surpreendente.
Deixou-me a pensar, revoltada, tocada, a debater, a reflectir, com vontade de saber muito mais, e essa, para mim, é uma das medidas de sucesso de qualquer coisa: a capacidade de ultrapassar as fronteiras do momento em que acontece e passar a fazer parte da nossa vida.
Fica aqui a sugestão para os que nunca viram e o convite ao comentário daqueles que já tiveram o contacto com a coisa.
Há muito tempo que não levava um murro no estômago tão bem dado!
Que me perdoem todos aqueles que estavam à espera de fotografias e histórias de viagens com pitéus de fazer água na boca.
Amanhã, talvez.
Hoje deu-me para aqui.
O impacto foi muito forte, não podia passar em branco.
" O Haiti é aqui!"
(caetano veloso)
7 Comments:
At 27 junho, 2005 14:01, montanhacima said…
"Se ficá o bicho come, si corrê o bicho pega"
Eu já vi este filme faz tempo mas ainda sinto os efeitos do soco no estômago.
É por isso que me custa um bocadinho ser turista em países como o Brasil.
At 27 junho, 2005 21:29, Zé Maria said…
Também adorei o filme. Para além de uma história impressionante, está muito bem feito. Longe do que se costuma fazer por cá.
Grande filme.
At 27 junho, 2005 23:40, JNM said…
Podes voltar aos pitéus e às paisagens maravilhosas, por favor?
At 28 junho, 2005 08:53, sgs said…
Pensem sempre que o turismo tem sido também uma escapatória para esta realidade.
Por exemplo, a ausência de violência na zona de Pipa deve-se justamente ao facto de existirem muito mais oportunidades de trabalho geradas pelo turismo. Além de que o turismo sustentável (que nalguns destes espaços se pratica) procura não só criar postos de trabalho como proteger e preservar os territórios.
Nunca antes pensei que o Brasil poderia ser um destino turístico para mim. Neste momento parece-me que será um destino a visitar muitas vezes.
At 28 junho, 2005 15:32, jordi said…
Pois claro, e podemos sempre ficar no Favela Village Resort... :-)
At 28 junho, 2005 15:42, sgs said…
Tu realmente! Até parece!
At 28 junho, 2005 15:51, Anónimo said…
Lindo, o teu blogue!...
Tenho quase a certeza que sei quem és! (Tropecei aqui por acaso, vinda do blogue da Ana Ventura, aonde tinha ido parar vinda do blogue da Rosa Pomar, etc...)
Vai ao Rodrigues e vê lá se me reconheces... ;)
Um abraço!
(Se és mesmo tu, parabéns por teres sido capa do Notícias Magazine!)
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