Memória
Agricultura da memória
Ali havia uma oliveira, naquele quintal
Em frente jogávamos à bola, lá ia ela de vez em quando
A bola perdida no quintal, o jogo parado.
Trepava a oliveira, tínhamos medo do velhote.
O velho do quintal, a bola, a oliveira.
Não, era uma figueira, dizes tu.
Era uma figueira? Era uma figueira.
A memória planta oliveiras onde havia figueiras.
Com que facilidade
A memória é uma grande empresa agrícola.
Luís Soares (em Tantas mãos, a mesma Primavera - poesia inédita)
Poema descoberto por acaso num livrinho oferecido pela Oficina do Livro Não há dúvida que ir à feira é mesmo bom para arejar as ideias.
E plantar memórias para grandes colheitas...
3 Comments:
At 08 junho, 2005 12:18, Zé Maria said…
Eu já semeei uma Oliveira.
Chama-se Madalena Oliveira.
Gostei da história.
Adoro o verde destes Dias.
Os Maiores.
Beijinhos.
PS:Estão cá no próximo Sábado? Querem combinar a janta? Maila.
At 08 junho, 2005 14:11, montanhacima said…
Dizia o avô da Ana: - Se vais à feira traz-me um pífaro.
E é esta memória, plantada no terreno fertil das nossas almas, que perdura.
Como silvas não se plantam, crescem selvagens, talvez seja por isso que ainda não lhe descobrimos o segredo...
At 09 junho, 2005 16:05, Anónimo said…
A empresa agricola de memória vai de sementeira em sementeira enquanto não pertencer à gerência um tal de Alzeimer??
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