Dias mãeores

um blog de mãe para recuperar o tempo perdido em dias sempre mais curtos que o desejado

quarta-feira, junho 08, 2005

Memória




Agricultura da memória

Ali havia uma oliveira, naquele quintal
Em frente jogávamos à bola, lá ia ela de vez em quando
A bola perdida no quintal, o jogo parado.
Trepava a oliveira, tínhamos medo do velhote.
O velho do quintal, a bola, a oliveira.
Não, era uma figueira, dizes tu.
Era uma figueira? Era uma figueira.
A memória planta oliveiras onde havia figueiras.
Com que facilidade
A memória é uma grande empresa agrícola.

Luís Soares (em Tantas mãos, a mesma Primavera - poesia inédita)


Poema descoberto por acaso num livrinho oferecido pela Oficina do Livro Não há dúvida que ir à feira é mesmo bom para arejar as ideias.
E plantar memórias para grandes colheitas...

3 Comments:

  • At 08 junho, 2005 12:18, Blogger Zé Maria said…

    Eu já semeei uma Oliveira.
    Chama-se Madalena Oliveira.
    Gostei da história.
    Adoro o verde destes Dias.
    Os Maiores.

    Beijinhos.

    PS:Estão cá no próximo Sábado? Querem combinar a janta? Maila.

     
  • At 08 junho, 2005 14:11, Blogger montanhacima said…

    Dizia o avô da Ana: - Se vais à feira traz-me um pífaro.

    E é esta memória, plantada no terreno fertil das nossas almas, que perdura.

    Como silvas não se plantam, crescem selvagens, talvez seja por isso que ainda não lhe descobrimos o segredo...

     
  • At 09 junho, 2005 16:05, Anonymous Anónimo said…

    A empresa agricola de memória vai de sementeira em sementeira enquanto não pertencer à gerência um tal de Alzeimer??

     

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