Histórias absurdas
À beira do lago, ondulante e bonacheirão, o anjo oscilava com a brisa da tarde.
Pés na água, slap, slap, salpicando ao de leve as rãs mais próximas e assustando o achigã gordo, o anjo sussurrava onomatopeias de ruídos de bichos como quem canta uma ladaínha.
MMMMMMmmmmmmmmm,rrrrrrrr,sss,,crrrrriiiiicc,
ffsshhhhhhshhhh,ccuuuuucuuuurrrrruuuuuuuu,ccccrrreeeccccc,
pppiiiiiuuuuuuuu,zzzzzzzzzzzzz....
E neste embalo, quando todos os bichos já tinham entrado em transe e meditavam atingindo o Nirvana, o sol desapareceu no horizonte e o anjo foi chamado para o jantar.
Sccchhlllerrppp, sccchhhhlerrrpppp
Sooopinhaaaaa...
VVVVVuuuuuuuuuuuttttttttt...
som de asas na brisa noctura.
Súbitas e hipnotizantes.
3 Comments:
At 19 setembro, 2005 17:43, Anónimo said…
Tu é que me deixas em transe enternecido...
Anjo flutuante
At 20 setembro, 2005 13:57, montanhacima said…
O turista acidental aqui é um verdadeiro transe(unte) mesmo que ande um pouco (tr)ausente...
At 20 setembro, 2005 22:22, JNM said…
Súbitas e hipnotizantes... na noite a voar como libélulas esquecidas... O anjo é mais que um bicho, mais que o achigã, mais que as rãs salpicadas....é o próprio lago.
recrecrecrec....bzzzzzzzzzzzz.
bzzzzzzzzzzzzzzzz.
Ó anjo! Olha a sopa a arrefecer....
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