A relação só pode ser biunivoca. Mesmo quando escolhemos o nosso caminho, as circunstâncias podem fazer variar o traçado pretendido. Por vezes, a direcção e o sentido são obrigatórios. O caminho faz-se a nós quando somos apoiados, protegidos, estimados pelos outros. Muitas vezes sem nos apercebermos que nos estão a ajudar a abrir o caminho. Mas, de qualquer modo, o caminho que percorremos é sempre o nosso caminho e é feito por nós.
Caminhando confiando que o caminho se arrumará sob os nossos pés.
Caminhando e cantando e seguindo a canção Somos todos iguais braços dados ou não Nas escolas, nas ruas, campos construções Caminhando e cantando e seguindo a canção Vem, vamos embora, que esperar não é saber Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
(Pra não dizer que não falei de flores !) (Geraldo Vandré)
Caminante, son tus huellas el camino, y nada más; caminante, no hay camino, se hace camino al andar. Al andar se hace camino, y al volver la vista atrás se ve la senda que nunca se ha de volver a pisar. Caminante, no hay camino, sino estelas en la mar.
Antonio Machado, Provérbios y cantares, XXIX, Antología Poética, Biblioteca Edaf Madrid
Holz (madeira, lenha) é um nome antigo para Wald (floresta), Na floresta (Holz) há caminhos que, o mais das vezes sinuosos, terminam perdendo-se, subitamente, no não-trilhado. Chamam-se caminhos da floresta (Holzwege). Cada um segue separado, mas na mesma floresta (Wald). Parece, muitas vezes, que um é igual ao outro. Porém, apenas parece ser assim.
M. Heidegger, Holzwege (caminhos da floresta), ed Gulbenkian.
Heurística
1.Existem caminhos 2.Não existem caminhos 3.Um caminho define-se por um começo, um percurso, e um telos 4.Se definires o caminho nunca o descobrirás 5.O caminhante define o caminho 6.O caminho define o caminhante 7.Todos os caminhos são o caminhante 8.Um caminho de mil léguas começam por um pequeno passo (caminhante chinês) 9.Todos os caminhos são iguais 10.Nem todos os caminhos são iguais 11.Todos os caminhos são diferentes 12.Os caminhos não são assim tão diferentes 13.Todos os caminhos são análogos 14.Todos os caminhos já foram inventados 15.Todos os caminhos são a inventar 16.Há um mapa de todos os caminhos 17.Não há qualquer mapa de todos os caminhos 18.Quem se perder não encontra o caminho 19.Quem não se perder não encontra o caminho 20.Quem esperar não caminha 21.Quem caminha tem de esperar 22.O caminho faz-se só 23.Ninguém caminha sozinho 24.Todos os caminhos partem da interrogação 25.Todos os caminhos são interrogação! 26.Todos os caminhos chegam à interrogação? 27.Todos os caminhos são relativos 28.Todos os caminhos são efémeros 29.O Absoluto (ainda) não sabe o caminho 30.O Absoluto aprende com todos os caminhos 31.O caminho de cada caminhante permita que o Absoluto caminhe 32.Se não procurares ninguém te ensinará o caminho 33.Se estiveres à espera que te ensinem nunca aprenderá o caminho
Nicolas Bouvier iniciou um livro sobre uma viagem que ele fez, nos anos 70, ate à Índia num fiat 127 com esta afirmação: não somos nós que fazemos a viagem, é a viagem que nos faz a nós. mas uma coisa não existe sem a outra, não é?
5 Comments:
At 30 maio, 2006 17:53, Anónimo said…
A relação só pode ser biunivoca. Mesmo quando escolhemos o nosso caminho, as circunstâncias podem fazer variar o traçado pretendido. Por vezes, a direcção e o sentido são obrigatórios. O caminho faz-se a nós quando somos apoiados, protegidos, estimados pelos outros. Muitas vezes sem nos apercebermos que nos estão a ajudar a abrir o caminho. Mas, de qualquer modo, o caminho que percorremos é sempre o nosso caminho e é feito por nós.
At 30 maio, 2006 18:35, Anónimo said…
Caminhando confiando que o caminho se arrumará sob os nossos pés.
Caminhando e cantando e seguindo a canção Somos todos iguais braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas, campos construções
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
(Pra não dizer que não falei de flores !)
(Geraldo Vandré)
At 04 junho, 2006 18:54, Anónimo said…
Caminante, son tus huellas
el camino, y nada más;
caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace camino,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante, no hay camino,
sino estelas en la mar.
Antonio Machado, Provérbios y cantares, XXIX, Antología Poética, Biblioteca Edaf Madrid
At 04 junho, 2006 20:18, Anónimo said…
Holz (madeira, lenha) é um nome antigo para Wald (floresta), Na floresta (Holz) há caminhos que, o mais das vezes sinuosos, terminam perdendo-se, subitamente, no não-trilhado.
Chamam-se caminhos da floresta (Holzwege).
Cada um segue separado, mas na mesma floresta (Wald). Parece, muitas vezes, que um é igual ao outro.
Porém, apenas parece ser assim.
M. Heidegger, Holzwege (caminhos da floresta), ed Gulbenkian.
Heurística
1.Existem caminhos
2.Não existem caminhos
3.Um caminho define-se por um começo, um percurso, e um telos
4.Se definires o caminho nunca o descobrirás
5.O caminhante define o caminho
6.O caminho define o caminhante
7.Todos os caminhos são o caminhante
8.Um caminho de mil léguas começam por um pequeno passo (caminhante chinês)
9.Todos os caminhos são iguais
10.Nem todos os caminhos são iguais
11.Todos os caminhos são diferentes
12.Os caminhos não são assim tão diferentes
13.Todos os caminhos são análogos
14.Todos os caminhos já foram inventados
15.Todos os caminhos são a inventar
16.Há um mapa de todos os caminhos
17.Não há qualquer mapa de todos os caminhos
18.Quem se perder não encontra o caminho
19.Quem não se perder não encontra o caminho
20.Quem esperar não caminha
21.Quem caminha tem de esperar
22.O caminho faz-se só
23.Ninguém caminha sozinho
24.Todos os caminhos partem da interrogação
25.Todos os caminhos são interrogação!
26.Todos os caminhos chegam à interrogação?
27.Todos os caminhos são relativos
28.Todos os caminhos são efémeros
29.O Absoluto (ainda) não sabe o caminho
30.O Absoluto aprende com todos os caminhos
31.O caminho de cada caminhante permita que o Absoluto caminhe
32.Se não procurares ninguém te ensinará o caminho
33.Se estiveres à espera que te ensinem nunca aprenderá o caminho
At 06 junho, 2006 15:21, Filipa said…
Nicolas Bouvier iniciou um livro sobre uma viagem que ele fez, nos anos 70, ate à Índia num fiat 127 com esta afirmação: não somos nós que fazemos a viagem, é a viagem que nos faz a nós.
mas uma coisa não existe sem a outra, não é?
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