O tempo I - a madeira que fica
Não consigo deixar de olhar com um misto de carinho e curiosidade para as marcas deixadas pelo tempo e pelas mãos nas paredes e construções. Marcas intencionais ou descuidadas, por vezes numa tentativa de superar o esquecimento perpetuando a memória e a existência, noutras, simples vestígios de gestos diários, tão familiares e entranhados que já nem damos por eles.
Estas, que aqui surgem, estão gastas de sol e de mar, recicladas e reaproveitadas centenas de vezes, mudando de mãos e de funções ao longo de várias gerações de pescadores de "baixo mar".
Coloridas com os restos das tintas que vestiram os barcos, traduzem momentos efémeros, gestos rápidos e descuidados, de quem se vira mais para a madeira que parte do que para a que fica presa às estacas ondulantes do cais.
Maio 2006 - Aldeia palafítica da Carrasqueira
3 Comments:
At 15 maio, 2006 22:12, ana ventura said…
:) ficaram lindas!
At 15 maio, 2006 23:36, Anónimo said…
este pessoal acha tudo lindo, será ke não têm mais nada para dizer?
At 16 maio, 2006 17:11, Anónimo said…
Dizer que élindo, já é alguma coisa, pelo menos mostra que passou por aqui. Não dizer nada é bem pior. Eu tambem acho lindas as fotografias e as palavras.
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