De olhos fechados sob a luz invernal
Todas as manhãs, durante o final do mês de Dezembro, um único raio de sol intenso entra no meu gabinete pela única abertura transparente que existe junto ao tecto.
E nesses dias invernais e frios, uma janela minúscula, da qual me queixo durante todo o resto do ano por não servir para iluminar o meu espaço e me mergulhar num bunker sombrio e permanente, transforma-se num jacto de luz avassalador, que me bate directamente na cara e me deixa cega durante os 10 minutos que o sol leva cumprir o breve trajecto estelar rumo a outra posição celestial.
E eu, temporariamente impedida de ver pelo excesso de luz branca, entorpecida pelo calor que me envolve, ainda não consegui perceber se me agrada a matinal luz inesperada ou se me entristece este raio que não posso guardar para dias maiores.
2 Comments:
At 21 dezembro, 2006 17:34, Pedro Veiga said…
A mim sabem-me bem esses instantes. No Inverno é quando eles sabem melhor mas é também quando duram menos tempo. Contrariedades da natureza...
At 26 dezembro, 2006 10:45, Anónimo said…
as estrelas não necessitam de ser iluminadas, têm luz própria. Só os planetas e esses giram, giram, tostando de um lado ou de outro, até ficarem tontos. Por isso o cumprimento breve da estrela Sol à estrela Su que brilha por entre o néon das luzes artificiais. Um só cumprimento, uma só vez por dia, porque ele é a estrela-rei. Faz-lhe uma vénia com o respeito que lhe é devido, deixa-o partir e continua a brilhar. Beijos, mãe.
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