Dias mãeores

um blog de mãe para recuperar o tempo perdido em dias sempre mais curtos que o desejado

segunda-feira, maio 14, 2007

a educação das fadas



A relação entre uma sinopse e um filme é sempre difícil.
Invariavelmente o universo das palavras falha na sua missão de descrever o das imagens, ora por excesso, ora por defeito.

E nada é mais verdadeiro neste filme em que todas as sinopses escritas fazem adivinhar uma história de amor banal quando as imagens fílmicas constroem um mundo de uma poesia e subtileza que não se revê nessa descrição.
A educação das fadas é um filme mágico.
Não no sentido fantasioso embora fale de fadas, mas porque transcende a realidade humana naquilo que ela tem de mais poético, de mais verdadeiro, de mais bonito, abordando os sentimentos de uma forma tão tocante e intimista que contagia a plateia.

Não saberia contar esta história.
Não há nada de verdadeiramente contável e talvez por isso mesmo as descrições do filme pequem todas por um discurso de banalidade e lugar comum.
E no entanto, a palavra comum surge aqui de forma ambígua.
São pessoas comuns estas, tais como as fadas que o são e não o sabem e vivem vidas de mulheres normais, quotidianas, nesse não saber. Mas são também incomuns na teia de relações que tecem entre si e nos diálogos magníficos que desenham nessa teia.

Só sei que há muito tempo que não saía tão completa de uma sala de cinema.
Não procurem muita informação, não se deixem levar pelas sinopses disponíveis por aí, vejam o filme e depois contem-me como foi.


1 Comments:

  • At 20 maio, 2007 01:05, Blogger kermit said…

    Entendo quando fala de magia. O filme tem de facto momentos encantadores. Mas acho que falta um argumento mais rico e menos comum a ligá-los. Julguei ao ver o filme, que no final Ingrid desvendaria uma razão para a sua atitude capaz de surpreender. Não aconteceu. Apesar de tudo considero que valeu a pena. Viu o “filho da noiva” também com Ricardo Darin?

     

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