à espera
Vigeland Park, Oslo (Noruega)
A gestação decorre lenta, sem barrigas, nem enjoos.
Aprendemos a viver com a espera e com o tempo, (agora um bocadinho menos) longo, que se estende, elástico, à nossa frente.
Faltarão ainda, aproximadamente, 3 anos para este parto, definido em corredores e salas de reunião e concretizado por telefone e carta registada.
Imagino muitas vezes como será, antecipando o nervosismo e a excitação, as dificuldades e as alegrias, os desafios e as emoções inerentes a todo o processo.
Conheço muito poucos casos pessoais de adopção pelo que não posso fazer mais que especular e imaginar como será a integração deste filho(filha?) e fazer figas para que seja tão compensadora e realizadora como desejo.
Neste momento aguardamos que nos convoquem para uma sessão de formação para casais adoptantes (?!).
Anseio por este encontro e pelo que ele pode proporcionar de sentido de pertença a uma comunidade com a qual partilhar expectativas e medos.
Só quando, por qualquer razão, nos destacamos da maioria se sente verdadeiramente o peso do isolamento provocado pela diferença.
Saberá por isso bem conhecer outros com quem estabelecer uma relação identitária e sentir que, assim em comunidade, a espera partilhada se fará seguramente mais leve.
Etiquetas: adopção; maternidade
5 Comments:
At 04 setembro, 2007 15:52, Anónimo said…
A adopção em Portugal é lenta e morosa, estupidamente. Tantas pessoas a quererem dar colo e tantas crianças a precisar dele.
Desejo que corra tudo bem.
At 06 setembro, 2007 09:18, Anónimo said…
não haverá muito para dizer a não ser que esperamos contigo nesta gravidez longa mas com parto à vista. De qualquer forma não posso deixar orfão um texto tão lindo, um grito tão dorido mas tão sereno como só tu o sabes escrever. Sinto-te tanto dentro de mim como se novamente estivessemos ligadas pelo umbigo. Amo-te muito minha querida.
mãe
At 07 setembro, 2007 16:36, Pedro Veiga said…
É um autêntico calvário a espera. Deve ser muito difícil optar por um caminho tão longo e penoso. Se calhar é por isso que há pouca gente a adoptar crianças.
Coragem porque de certeza que tudo irá correr bem!
At 10 setembro, 2007 18:01, Andrea said…
Caminho penoso esse, mas que trará um dia uma criança desejosa de ser amada. Será, concerteza, uma experiencia tão rica como a de parir um filho do próprio corpo. as maiores felicidades para tudo!
At 14 setembro, 2007 02:06, Anónimo said…
Mas daqui a três anos que bela mãmã vais ser.Quem te diz é uma velhota muito ágil chamada Anolas Duarte.
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