Ericeira
A casa dos bolos era paragem obrigatória a caminho da minha avó e fazia parte de um dos marcos geográficos que quando somos miúdos querem dizer: estamos quase a chegar!
A casa dos bolos tinha um cheiro irresistível e um casal, sempre vermelho de tanta fornada, a servir ao balcão, pesando e ensacando nos pacotes brancos de desenhos azuis, as muitas areias, canelas e manteigas que faziam as nossas delícias.
Na verdade era difícil decidir, e eu passei grande parte da minha infância sem conseguir determinar quais preferia, escolhendo ora uns ora outros consoante a fase de crescimento e os desígnios insondáveis do palato.
Ainda hoje tenho dificuldade em decidir-me e, pelo sim pelo não, compro um bocadinho de todos para não correr nenhum risco.
E é bom verificar que o cheiro e o sabor se mantêm exactamente iguais, sobrevivendo a esta era de intensificadores de sabor e outras coisas igualmente assustadoras.
Agora que os dias estão finalmente a querer tornar-se maiores passem por lá e depois digam-me de vossa justiça.
1 Comments:
At 14 fevereiro, 2009 13:16, Pé na estrada said…
Para ti só uma palavra:
GULOSA!!!! ;)
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