saber fazer
Não há dúvida que recentemente a minha vida voltou a um modo faça você mesmo, que na verdade sempre me agradou, mas que agora retomo com especial prazer.
Na adolescência passei por uma fase em que o combate ideológico à sociedade de consumo me fez procurar desenvolver as minhas aptidões manuais de forma a realizar o máximo número de coisas sem recurso a produtos feitos.
Foi uma fase de tricot, tecelagem, joalharia artesanal, cabeleireiro caseiro (devo dizer que usei cabelo comprido muito tempo, o que ajudava a que o corte caseiro não fosse um desatre), flor do iogurte e outras coisas afins.
Permitiu-me aguçar a criatividade e poupar o suficiente de uma mesada mísera para poder viajar muitas vezes.
Hoje continuo a cultivar o prazer de ser capaz, de realizar, de fazer crescer.
Não me parece já que poupe propriamente pois os ingredientes e/ou produtos base, as horas de trabalho, os workshops, tornaram-se um luxo que encarece o produto final.
Mas o gosto, o sentido de satisfação, o desejo de aprender mais, esses sim mantém-se inalterados, senão engrandecidos.
E por isso valeu tanto a pena participar em mais um workshop de costura e verificar a evolução, a segurança no manuseio da máquina, a autonomia crescente.
Não poupo, é verdade, mas cresço em saber, determinação e satisfação. Haverá um valor para isso?
Etiquetas: tempo; prazer
1 Comments:
At 28 setembro, 2011 10:41, intangível said…
valor tem e não é pouco, o problema é que é um valor intangível, logo a metodologia para o contabilizar é no mínimo pouco quantitativa e mais qualitativa... enfim... problemas económicos!
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