Dias mãeores

um blog de mãe para recuperar o tempo perdido em dias sempre mais curtos que o desejado

quinta-feira, dezembro 22, 2011

(Re)lembrar o essencial



Morre lentamente quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem destrói o seu amor-próprio,
Quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,
Repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
Quem não muda as marcas no supermercado,
não arrisca vestir uma cor nova,
não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem evita uma paixão,
Quem prefere O "preto no branco"
E os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis,
Justamente as que resgatam brilho nos olhos,
Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
Quem não se permite,
Uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da
Chuva incessante,
Desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
não perguntando sobre um assunto que desconhece
E não respondendo quando lhe indagam o que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
Recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o
Simples acto de respirar.
Estejamos vivos, então!

Pablo Neruda

4 Comments:

  • At 23 dezembro, 2011 08:12, Anonymous Conceicao said…

    Lindíssimo. Boa alembradura!

     
  • At 23 dezembro, 2011 15:08, Anonymous tu sabes quem said…

    abraço-te muito

     
  • At 26 dezembro, 2011 12:05, Anonymous Abraçadeira de serviço said…

    Ui, que este é o Natal dos abraços!
    Coisa mai boa!!! ;-)

     
  • At 27 dezembro, 2011 14:24, Anonymous Anónimo said…

    O Pablo sabia da poda e da vida.
    Existir nunca foi sinónimo se viver.
    Existir permite-nos estar, permanecer. Viver significa usufruir, participar, actuar, alterar, deixar marcas.
    Bjs
    Paimica

     

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