(Re)lembrar o essencial
Morre lentamente quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem destrói o seu amor-próprio,
Quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,
Repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
Quem não muda as marcas no supermercado,
não arrisca vestir uma cor nova,
não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem evita uma paixão,
Quem prefere O "preto no branco"
E os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis,
Justamente as que resgatam brilho nos olhos,
Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
Quem não se permite,
Uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da
Chuva incessante,
Desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
não perguntando sobre um assunto que desconhece
E não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves,
Recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o
Simples acto de respirar.
Estejamos vivos, então!
Pablo Neruda
4 Comments:
At 23 dezembro, 2011 08:12, Conceicao said…
Lindíssimo. Boa alembradura!
At 23 dezembro, 2011 15:08, tu sabes quem said…
abraço-te muito
At 26 dezembro, 2011 12:05, Abraçadeira de serviço said…
Ui, que este é o Natal dos abraços!
Coisa mai boa!!! ;-)
At 27 dezembro, 2011 14:24, Anónimo said…
O Pablo sabia da poda e da vida.
Existir nunca foi sinónimo se viver.
Existir permite-nos estar, permanecer. Viver significa usufruir, participar, actuar, alterar, deixar marcas.
Bjs
Paimica
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