Café
Espesso, forte, feito na cafeteira ao lume pela avó Gina, mexendo, mexendo, mexendo, para não entornar enquanto fervia, até o pó castanho e cheiroso se dissolver numa bebida quente, meio amarga, perfeita para acompanhar o pão caseiro da Assenta com a sua côdea enrijecida barrada de manteiga.
Diluído, depois de coado pelo filtro, em litradas para acompanhar os livros e as escritas. Fraco, fraquinho para não tirar excessivamente o sono mas ainda assim surtir efeito. Companhia fumegante na caneca em cima da mesa. Conforto para os dedos que se enroscam distraídos em torno da porcelana e para o nariz que lhe aspira o aroma como quem sorve, avidamente.
Expresso, rápido, curto. Com espuma abundante e apetecível, desfeita lentamente pela colher pequenina em círculos repetidos. Amargo, sem açúcar, para que o palato sinta a totalidade da paleta de sabores e odores escondidos em cada grão. Perfeito com um pastel de nata ou um pedacinho de chocolate amargo.
Em qualquer das suas formas, o mais deleitoso acordar...
Etiquetas: cozinha
4 Comments:
At 24 agosto, 2005 14:47, JNM said…
Tudo isso numa chávena de café.
Ou seja, uma maravilha da tecnologia....
At 24 agosto, 2005 17:02, ana ventura said…
que pena adorar o cheiro e detestar o sabor!
:)
At 25 agosto, 2005 09:35, Zé Maria said…
Azedo, quase ácido, a saber a torradas queimadas. A delícia de um café em Espanha, há alguns anos atrás. Desde que o Nabeiro entrou em terras de Espanha já quase não se encontra esta tortura.
Num balde, coberto com o copinho de plástico do filtro, só fica pronto 15 minutos depois de o trazerem para a mesa: em alguns locais da Bélgica.
Chunga, numa cafeteira com mais anos que eu, coberta de sarro de décadas sem lavagem: nos refúgios de montanha. Mas sabe tão bem!
Sou perdido por café, de todos os tipos e feitios, sempre sem açúcar.
Beijinhos.
ZM
At 05 setembro, 2005 15:47, montanhacima said…
Já lá vai o tempo em que se ouvia:
- Vamos tomar o xarepe!
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