Dias mãeores

um blog de mãe para recuperar o tempo perdido em dias sempre mais curtos que o desejado

quarta-feira, agosto 24, 2005

Café



Espesso, forte, feito na cafeteira ao lume pela avó Gina, mexendo, mexendo, mexendo, para não entornar enquanto fervia, até o pó castanho e cheiroso se dissolver numa bebida quente, meio amarga, perfeita para acompanhar o pão caseiro da Assenta com a sua côdea enrijecida barrada de manteiga.

Diluído, depois de coado pelo filtro, em litradas para acompanhar os livros e as escritas. Fraco, fraquinho para não tirar excessivamente o sono mas ainda assim surtir efeito. Companhia fumegante na caneca em cima da mesa. Conforto para os dedos que se enroscam distraídos em torno da porcelana e para o nariz que lhe aspira o aroma como quem sorve, avidamente.

Expresso, rápido, curto. Com espuma abundante e apetecível, desfeita lentamente pela colher pequenina em círculos repetidos. Amargo, sem açúcar, para que o palato sinta a totalidade da paleta de sabores e odores escondidos em cada grão. Perfeito com um pastel de nata ou um pedacinho de chocolate amargo.

Em qualquer das suas formas, o mais deleitoso acordar...

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4 Comments:

  • At 24 agosto, 2005 14:47, Blogger JNM said…

    Tudo isso numa chávena de café.

    Ou seja, uma maravilha da tecnologia....

     
  • At 24 agosto, 2005 17:02, Blogger ana ventura said…

    que pena adorar o cheiro e detestar o sabor!
    :)

     
  • At 25 agosto, 2005 09:35, Blogger Zé Maria said…

    Azedo, quase ácido, a saber a torradas queimadas. A delícia de um café em Espanha, há alguns anos atrás. Desde que o Nabeiro entrou em terras de Espanha já quase não se encontra esta tortura.

    Num balde, coberto com o copinho de plástico do filtro, só fica pronto 15 minutos depois de o trazerem para a mesa: em alguns locais da Bélgica.

    Chunga, numa cafeteira com mais anos que eu, coberta de sarro de décadas sem lavagem: nos refúgios de montanha. Mas sabe tão bem!

    Sou perdido por café, de todos os tipos e feitios, sempre sem açúcar.

    Beijinhos.

    ZM

     
  • At 05 setembro, 2005 15:47, Blogger montanhacima said…

    Já lá vai o tempo em que se ouvia:

    - Vamos tomar o xarepe!

     

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