Dias mãeores

um blog de mãe para recuperar o tempo perdido em dias sempre mais curtos que o desejado

segunda-feira, setembro 25, 2006







Um site em prol da mudança de hábitos e consciências (ou deveria dizer de consciências e, por consequência, de hábitos?).

Boas ideias por um mundo melhor.
Está nas nossas mãos.

sexta-feira, setembro 22, 2006

Dia Europeu Sem Carros



De toda esta semana em que, como sempre, percorri a pé o trajecto que me separa a casa do trabalho, este foi o dia em que mais carros circulavam a alta velocidade, num autismo agressivo e perigoso, molhando peões insdiscriminadamente com as grandes poças de água recém formadas pela chuva intensa.
A conjugação de chuva+sexta feira+hora de ponta é aparentemente incompatível com peões+civismo+dia europeu sem carros e isto resulta numa pseudo-celebração vazia de significado porque totalmente destituída de realidade.

E é pena.

É pena que os poucos que resolveram caminhar hoje pelos passeios se tenham sentido ainda mais maltratados do que o costume, que o único (?!) ciclista que avistei durante todo o trajecto pedalasse sobre o passeio, que a única referência a um evento que deveria despertar as nossas consciências e fazer mexer os nossos pés fosse uma carta dos direitos dos peões distribuída num sinal de trânsito barulhento no meio da praça de Espanha.

Assim anda a nossa capacidade de mobilização: demasiado auto-mobilizada!!!

Será necessário decretar o óbvio?

"Qualquer peão tem o direito cívico de circular na via pública sem correr o risco de ser atropelado, de ver a sua integridade física ameaçada, de sofrer riscos derivados da poluição ambiental, de ver reduzida a sua capacidade de mobilidade e acessibilidade."
Carta de Direitos do Peões (excerto)

sexta-feira, setembro 08, 2006

menos 24 semanas



Assim se mede o tempo de gravidez para quem inicia um processo de adopção pois ao tempo discorrido entre as primeiras conversas e dúvidas e a certeza de querer seguir esse caminho, há que acrescentar as primeiras menos 24 semanas em que a candidatura a pais adoptivos será esmiuçada e avaliada.
Só depois desses longos 6 meses começa a verdadeira (?!) espera, lenta e ansiosa, até que a criança prometida surja finalmente no fim da linha.

Por tudo isto deveríamos cunhar um novo tempo para medir este estranho estado de graça, porque, apesar de tudo, é também disso que se trata.
Há realmente uma criança no fim da linha. Já não se trata de um se mas de um quando e por isso qualquer candidato se sente de alguma forma grávido por tempo indeterminado.

Mas como designar essa gravidez sem termo certo? Como reagirão as pessoas quando confrontadas com a estranha resposta à corriqueira questão:
- Então e tu, de quanto tempo estás?
- Eu, estou de menos 24 semanas!