FPM

O tricot tem para mim, já o disse aqui, esse duplo condão de me apaziguar enquanto actividade meditativa e de me preencher enquanto actividade geradora de coisas que se vêem, saem das mãos e se tornam matéria palpável dada à luz na síntese dos movimentos repetidos e ritmados do tic tic das agulhas.

Sinto sempre que há algo de quase mágico na capacidade de gerar matéria a partir das nossas mãos e vivi durante muito tempo a frustração de sentir que das minhas nascia muito menos do que aquilo que a minha mente projectava e ansiava por pura incapacidade técnica.
Na realidade isso não mudou porque o jeito e a competência manual continuam a não ser coisas que me definam. O que de facto se alterou foi a vontade de vencer as limitações e concretizar as ideias que me povoam e que agora têm um destinatário concreto e inspirador.

Talvez por isso os serões estiquem em camisolas, casacos e gorros com um prazer que enche de satisfação e paz interior, e a marca FPM (feito pela mãe 2009) vá crescendo e fazendo colecção.
Convenhamos que o modelo ajuda muito!

a lã é a NORO 052. o feitio é inventado.