De olhos fechados sob a luz invernal
Todas as manhãs, durante o final do mês de Dezembro, um único raio de sol intenso entra no meu gabinete pela única abertura transparente que existe junto ao tecto.
E nesses dias invernais e frios, uma janela minúscula, da qual me queixo durante todo o resto do ano por não servir para iluminar o meu espaço e me mergulhar num bunker sombrio e permanente, transforma-se num jacto de luz avassalador, que me bate directamente na cara e me deixa cega durante os 10 minutos que o sol leva cumprir o breve trajecto estelar rumo a outra posição celestial.
E eu, temporariamente impedida de ver pelo excesso de luz branca, entorpecida pelo calor que me envolve, ainda não consegui perceber se me agrada a matinal luz inesperada ou se me entristece este raio que não posso guardar para dias maiores.