Dias mãeores

um blog de mãe para recuperar o tempo perdido em dias sempre mais curtos que o desejado

segunda-feira, novembro 28, 2011

medronhos



Havia um medronheiro a caminho da Besteira, a vinha e zona de pomar onde íamos muitas vezes com a minha avó apanhar as frutas da família ou brincar na Selva dos Leões (o nome por que designávamos um pequeno sobreiral que lhe pertencia, um lugar fascinante cheio de mistérios e aventuras).
Este medronheiro era uma tentação, e por mais que a minha avó se apoquentasse connosco e com a quantidade de medronhos que dele comíamos no regresso a casa, a verdade é que os seus avisos e receios nunca se concretizaram nem nunca a fermentação do fruto nos deu verdadeira volta à cabeça ou à barriga.
Na verdade, fazia parte do jogo e do prazer, comer os medronhos maduros e vermelhos enquanto ouvíamos os seus avisos preocupados: meninos, não comam mais! olhem que isso vos dá volta à barriga! olhem que os medronhos ainda vos deixam doentes!... e mais uma ladaínha de bons e sensatos conselhos como uma espécie de música de fundo familiar e reconfortante (ela a fazer o seu papel de avó cuidadosa e preocupada, nós a garantirmos o nosso lugar de netos estouvados e meio desobedientes).
Era neste sítio também que havia uma bolsa de barro no terreno e por isso, em tempo húmido, muitas vezes aos medronhos juntávamos a brincadeira de modelar esta terra difícil (que nada tinha a ver com a boa argila, limpinha, que usávamos na escola) para a transformarmos em animais de formas toscas e divertidas.
Ainda hoje me lembro de memória exactamente do sítio onde tudo isto acontecia.
Há imagens que nunca nos largam e sabores que nunca esquecemos.

Foi por isso especialmente agradável rememorar os medronhos da minha infância numa manhã de recolecção familiar divertida e saborosa.
Quem diria que Monsanto, mesmo aqui ao lado, tinha tantos medronheiros?
E quem adivinharia que o A, tão picuinhas com tanta coisa, ia gostar tanto de apanhar e comer os frutos directamente da árvore e que o pai do A. aos 41, nunca tinha comido um medronho na vida? Que bela primeira vez para os 2 homens lá de casa!

Sabe tão bem o campo aqui tão perto.

Obrigada amiga pela lembrança e pelo convite (e pela foto com que ilustro estas memórias).

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quinta-feira, novembro 24, 2011

vermelho e azul











A Aldeia da mata é um daqueles projectos bem conseguidos, um daqueles sítios onde gostaríamos de passar umas noites, a cozinhar bolos cheirosos e a correr pelos quintais. Tão pertinho de Lisboa, merece mesmo um passeio e uma visita, e de prefer~encia uma estadia com vontade de explorar a zona de mafra que é tão simples mas tão bonita. E viva a zona saloia.

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