A estrutura arquitectónica é bonita, o parque envolvente também (com parque de merendas para dias de melhor clima) e a estrutura expositiva muito interessante e apelativa.
É um exclente passeio com miúdos (ou sem eles!).
Há muitos anos, quase noutra vida, dei aulas em Mora.
Nessa altura os pontos altos eram o bar Alcaria onde todos os professores deslocados como eu (70% do corpo docente da escola local) passavam os serões a falar da vida e outras desgraças, e a senhora dos bolos, uma verdadeira instituição morense que fazia os melhores bolos tradicionais (queijinhos de amêndoa e doce de ovos, queijadas alentejanas, folhados de amêndoa ou noz) do universo.
Por essa altura eu morava numa casinha branca, numa rua cheia de laranjeiras que iniciava mesmo em frente ao quintal fumegante da senhora dos bolos.
Às quartas era dia de folhados de amêndoa e noz e toda a rua se enchia de um um cheirinho de fazer crescer água na boca. Era o dia dos pecadilhos, claro está, e eu saía da escola a sonhar com o sabor e com o calor quentinho e agradávelmente cheiroso da casa dos bolos (uma casa normal, forrada de azulejos feios e castanhos, onde dificilmente se adivinhava a alquimia que lhe ia paredes dentro).
Hoje em dia parece que a senhora já não faz bolos e a meu ver Mora perdeu uma das suas maiores instituições culturais.
Ficou-lhe o peixanário, já não é mau.