Dias mãeores

um blog de mãe para recuperar o tempo perdido em dias sempre mais curtos que o desejado

terça-feira, maio 30, 2006

dúvida existencial



Somos nós que fazemos o caminho ou o caminho que se faz a nós?

segunda-feira, maio 29, 2006

home made sushi





Depois da experiência formativa veio a experiência subversiva sob a forma de um jantar-faça-você-mesmo-e-agora-mostra-lá-do-que-és-capaz com os amigos e sushi caseiro.
Cozido o arroz, cortados os legumes, as frutas, o surimi e o salmão, a cozinha começou a ficar impregnada de cheiros apetitosos.

Ao nervosismo e excitação iniciais sucedeu uma criatividade transbordante (que provavelmente qualquer sushiman mais ortodoxo condenaria veementemente) o que resultou numa miríade de cores e formas delirantes, ou não se tratasse de design food (as fotos não fazem jus a esta descrição, desculpem!).

Aqui reside eventualmente a grade cisma Oriente/Ociedente, a necessidade que temos de um toque de originalidade e autoria que subverta os preceitos e regras.
Por isso o nosso sushi teve morangos com ovas e outras combinações mais dignas de um menu imperial romano que da contenção japonesa.

Afinal estamos na era das fusões e miscigenação!
Ou, em linguagem sociológica, de hibridismo cultural!

E que saboroso é o hibridismo, senhores!!!

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quinta-feira, maio 25, 2006

Feliz dia da espiga Dona Adélia!



Quando era pequena o dia da espiga tinha um cheiro especial a mato e a campo das caminhadas feitas com a minha avó na recolha das papoilas, malmequeres e espigas que integravam o raminho anual.

De tanto ouvir as histórias da minha avó sobre as saídas e piqueniques na quinta-feira da espiga, onde em bandos sorridentes as moças casadoiras da terra podiam passar um dia com os seus pretendentes (sempre com pau-de-cabeleira claro está), habituei-me a associar o dia e o raminho que apanhávamos com as fotografias a preto e branco das raparigas esbeltas nos seus vestidos de anos 40 e cabelo puxado para trás em ondas.

A minha avó era a mais bonita (ou pelo menos assim sempre o achei eu) e demorava-me muitas horas na contemplação de uma fotografia em que ela parecia uma actriz de cinema, desejando vir a ser assim quando crescesse.

Hoje só reparo neste dia porque há invariavelmente alguém a vender raminhos murchos no meio da cidade, a 2 euros cada!
(assim se perde a poesia!)

Feliz dia da espiga Dona Adélia! (ainda com ar de actriz de cinema aos 80 anos!)

quarta-feira, maio 24, 2006

a insustentável leveza do ser II


Arméria (vegetação dunar - Tróia Maio 2006)

Exercício para praticar em espaços fechados:

Abrir os braços, inspirar o ar do mar, pôr os olhos nas dunas, oscilar ao vento como as armérias.
Fechar os olhos.
Insistir.

Repetir várias vezes por dia.

(à falta de melhor, assim se inventam janelas para fora deste meu gabinete!)

Uma rua para o Zeca



Petição galega para uma homenagem ao Zeca Afonso aqui

terça-feira, maio 23, 2006

saldo linguístico



ou será antes salto linguístico?

segunda-feira, maio 22, 2006

veggie gurus


foto ana ventura

No Sábado viajámos até ao extremo oriente para um workshop de sushi vegetariano (na verdade uma mistura de oriente com ocidente uma vez que o sushi tradicional se faz de peixe e não de cenourinhas!).
Tudo aqui.

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sexta-feira, maio 19, 2006

Dias de sol



Bom fim-de-semana!

quinta-feira, maio 18, 2006

18 de Maio - Dia internacional dos museus



No museu da água o registador de revoluções marcava exactamente 2825837, no dia 8 de Maio de 2006, à hora em que de lá saí.
Fiquei a matutar nisso.
Quantas marcará 10 dias depois?

Terão sido as suficientes?
De quantas mais precisaremos para um mundo mais democrático?

quarta-feira, maio 17, 2006

Sobre a minha pele navegam barcos...



Protopoema

Do novelo emaranhado da memória, da escuridão dos
nós cegos, puxo um fio que me aparece solto.
Devagar o liberto, de medo que se desfaça entre os
dedos.
É um fio longo, verde e azul, com cheiro de limos,
e tem a macieza quente do lodo vivo.
É um rio.
Corre-me nas mãos, agora molhadas.
Toda a água me passa entre as palmas abertas, e de
repente não sei se as águas nascem de mim, ou para
mim fluem.
Continuo a puxar, não já memória apenas, mas o
próprio corpo do rio.
Sobre a minha pele navegam barcos, e sou também os
barcos e o céu que os cobre e os altos choupos que
vagarosamente deslizam sobre a película luminosa
dos olhos.
Nadam-me peixes no sangue e oscilam entre duas
águas como os apelos imprecisos da memória.

(...)

José Saramago
(in PROVAVELMENTE ALEGRIA, Editorial CAMINHO, Lisboa, 1985, 3ª Edição)

terça-feira, maio 16, 2006

O tempo III - ultrapassar a barreira dos 10 000



Obrigado a todos os que têm passado por cá mesmo quando isto mexe pouco!

segunda-feira, maio 15, 2006

O tempo II - a madeira que parte











O tempo também passa por aqui, desfazendo aos poucos a solidez da madeira e a vivacidade das tintas que a vestem, camada sobre camada.
E é esta espessura lascada que lhe dá vida, matéria e carne, mostrando feridas, esconjurando receios, lançando nomes ao vento na cadência suave das ondas.

O tempo I - a madeira que fica









Não consigo deixar de olhar com um misto de carinho e curiosidade para as marcas deixadas pelo tempo e pelas mãos nas paredes e construções. Marcas intencionais ou descuidadas, por vezes numa tentativa de superar o esquecimento perpetuando a memória e a existência, noutras, simples vestígios de gestos diários, tão familiares e entranhados que já nem damos por eles.
Estas, que aqui surgem, estão gastas de sol e de mar, recicladas e reaproveitadas centenas de vezes, mudando de mãos e de funções ao longo de várias gerações de pescadores de "baixo mar".
Coloridas com os restos das tintas que vestiram os barcos, traduzem momentos efémeros, gestos rápidos e descuidados, de quem se vira mais para a madeira que parte do que para a que fica presa às estacas ondulantes do cais.

Maio 2006 - Aldeia palafítica da Carrasqueira

sexta-feira, maio 12, 2006

A insustentável leveza do ser





quinta-feira, maio 04, 2006

Mato rasteiro com mar ao fundo










Gosto quando o mar se impregna do cheiro forte a seivas várias do mato rasteiro.
É o Algarve ainda a salvo do betão, vestido de cores e cheiros intensos que se colam à pele e ao vento.

quarta-feira, maio 03, 2006

pela manhã...







... enfrento a cidade ruidosa com passo rápido e decidido, pisando a calçada como quem abre trilhos, estugando o passo.
Desde que os dias se tornaram luminosos que optei por caminhar para o trabalho.
Um frio incómodo subindo pelo nariz acima e pressionando levemente as têmporas até a respiração se normalizar, o corpo a aquecer rapidamente com a cadência do movimento, os olhos na habituação à luz e à sombra, contornando carros, pessoas e obstáculos nos passeios, esses espaços subversivos originalmente pensados para os perigosos peões!

E mesmo no meio das buzinas, dos semáforos, dos gritos, âmbulâncias e dos escapes é meia hora de caminhada matinal que me faz sentir mais viva, mais ágil, mais atenta. Mais capaz de enfrentar os dias, tornados maiores pelos passos dados até ao refúgio verde onde termina a batalha campal da grande urbe (e o meu caminho) e se detém, por instantes, o tempo e a luz da manhã.

terça-feira, maio 02, 2006

Para os amantes de arquitectura e do avesso das coisas!


Venham descobrir os Bastidores da Fundação!

Por ocasião da exposição Sede e Museu Gulbenkian: a arquitectura dos anos 60 será realizado um ciclo inédito de visitas aos bastidores desta instituição, mediante marcação prévia.

Assim no dia 7 Maio às 15h00 será possível efectuar um percurso pela arquitectura de interiores nalguns dos espaços mais emblemáticos do edifício-sede orientado pelo arq. João Paulo Martins, no dia 28 de Maio às 15h00 uma incursão pelos terraços e jardins suspensos orientada pela arq. pais. Aurora Carapinha e no dia 4 de Junho também às 15h00 um mergulho nos subterrâneos do edifício-máquina, orientado pela arq. Ana Tostões.

Marcação prévia obrigatória.
Entrada Livre.
Máx. 30 pessoas.

Informações/Marcações 217823477 ou cam-visitas@gulbenkian.pt