Dias mãeores

um blog de mãe para recuperar o tempo perdido em dias sempre mais curtos que o desejado

segunda-feira, janeiro 31, 2011

a ordem das coisas

A: também quero fazer malha.
eu: quando fores mais crescido a mãe depois ensina-te.
A: eu sei sozinho.
eu: se quiseres podes aprender sozinho mas é mais giro assim. Normalmente as pessoas aprendem a fazer malha com a mãe ou com a avó. Foi a avó Zita que me ensinou a fazer malha, sabias?
A: a sério?...
(silêncio pensativo)
eu: se quiseres quando aprenderes podes ensinar ao pai que não sabe, boa?
A: (depois de um silêncio)... não, ensino antes à Olívia, que é mais pequenina!

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sábado, janeiro 29, 2011

experiência


A necessidade de um tempo só meu tem-me feito procurar a malha como quem se refugia e revisita uma espécie de espaço ancestral, caseiro, intimista, feminino (embora saiba que fazer malha tenha começado por ser uma coisa de homens e pescadores, na minha família sempre esteve a cargo das mulheres e a minha mãe passou longos serões a tricotar para nós camisolas coloridas e originais, até a tendinite lhe ter posto fim a esse prazer).
Por isso também tenho sentido necessidade de aprender outras técnicas e experimentar coisas diferentes mas como tenho uma verdadeira dificuldade em ler instruções (o que inclui desde uma receita de cozinha a um livro de tricot) as minhas capacidades estão sempre à mercê do autodidatismo ou do convívio educativo (uma das melhores formas de aprender, a troca de técnicas e ideias em grupo ou com amigos mas que no que toca ao tricot não abunda no meu círculo mais próximo).
Esta foi assim minha primeira tentativa de tricotar com 2 lãs na chamada técnica dos metidos (que a minha mãe chegou a usar mas que eu nunca cheguei a aprender).
Tendo em conta que se trata de uma primeira vez não me parece que tenha saído mal embora a lã que tivesse disponível para a experiência fosse grossa demais e o efeito final necessite de algum aperfeiçoamento.

A ver se o workshop de dia 4 me alarga ainda mais os horizontes.

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sexta-feira, janeiro 28, 2011

O concerto


Num destes fins-de-semana de tréguas entre maleitas conseguimos mergulhar numa sala de cinema, afundar o rabo nas cadeiras confortáveis, habituar os olhos ao escurinho agradável e deixar que o grande ecrã nos mergulhasse noutra dimensão.
O Concerto não é um filme fabuloso mas era exactamente o que procurávamos: um filme inteligente, com sentido de humor, completamente inverosímil, crítico q.b e com uma banda sonora magnífica. Não é sempre fácil filmar a música mas aqui música e história casam de forma muito equilibrada e bem feita.
O cinema é ilusão e é bom ser-se enganado conscientemente e com prazer, justamente porque por trás do realismo há um universo de total impossibilidade que o filme assume sem pretenciosismos. Às vezes ando cansada de tanto realismo deprimente, tanta relação disfuncional, tanto indivíduo neurótico e esquizóide. Esta é também a uma história de sonhos, de perseverança e de justiça.
É bom ir ao cinema!
E este filme soube bem e recomenda-se!

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quinta-feira, janeiro 27, 2011

I knit London




Uma das coisas boas da recente ida a Londres foi ter tido a possibilidade de ver e tocar uma lã sobre a qual tinha muita curiosidade e que só tinha visto em sites. Trata-se de uma marca artesanal manos del uruguay que mistura merino e seda (manos silk blend cor 7438) e que tem um toque espantoso (agora já posso afirmá-lo). Apesar do preço não resisti a trazer duas meadas. uma transformou-se nesta gola (a primeira coisa que faço para mim em muito tempo) e a outra será um colete para o A.

A compra foi feita numa loja pequena e curiosa mesmo por trás da estação de waterloo: I knit London

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terça-feira, janeiro 25, 2011

bóias


Bem precisamos de umas bóias salva-vidas lá em
casa para ver se vimos à tona de tanta febre,
tosse e achaques quejandos.
Caramba, este início de ano está a ser duro.
Desta vez só me salvei eu (a ver quanto dura...)

quarta-feira, janeiro 19, 2011

aconchegos de inverno


gorro e cachecol com lã Noro silk garden na cor 84
(uma das minhas favoritas de sempre)

Os serões deste Inverno têm sido produtivos.
Camisolas, gorros, cachecóis, golas...
um conjunto de aconchegos feitos no tic tic das agulhas,
na modorra do serão, nesses momentos relaxantes em que
o finzinho de dia me pertence realmente.

(o modelo é, claro, muito inspirador, o que ajuda substancialmente)
a lã Noro já tinha sido a base de uma das minhas primeiras criações maternas

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segunda-feira, janeiro 17, 2011

Re Rite no MUDE



Vale mesmo a pena mergulhar nesta mega instalação musical Re Rite, um projecto da Gulbenkian agora no MUDE - Museu da Moda e do design, e ouvir a partitura da Sagração da Primavera passeando de naipe em naipe de instrumentos no meio da música energética e vibrante de Stravinsky.
É um projecto de mergulho total que permite ver e ouvir o que acontece em cada secção da orquestra durante a performance desta peça, possibilitando ainda tocar bombo, gongo, ferrinhos, reco-reco e pandeireta, em tempo real, ao mesmo tempo que os músicos virtuais, fazendo parte do concerto final.
Nós fomos no Sábado, de manhã, antes das filas e confusões (há limite de pessoas na sala de exposição por isso vale a pena ir mais cedo) e pudémos explorar à nossa vontade os vários espaços comunicantes e tocar todos os instrumentos de percussão disponíveis. O A. esteve o tempo todo um bocadinho assustado com o volume da música mas gostou de tocar ferrinhos!

Só até dia 23!
A entrada é livre!

quinta-feira, janeiro 13, 2011

Londres




Para não perder o tom cinzento dos últimos dias os compromissos de trabalho levaram-me a Londres, uma cidade com a qual tenho uma relação difícil e meio esquizofrénica que me deprime. Em terras ingleses falta-me sempre companhia e o aconchego do sol.
Só a tate me sabe sempre a casa!

segunda-feira, janeiro 10, 2011

o buraco do coelho


As entradas pareciam auspiciosas mas por trás daquela porta convidativa do post anterior escondia-se afinal o buraco do coelho da Alice e nós caímos por ali aos trambolhões, desembocando numa semana cinzenta e molhada, prenhe de febres, gripes e achaques, que nos deitaram abaixo e nos confinaram a casa.

Ainda andamos todos (pais e filho) a recuperar deste coice e por isso a sensação deste novo ano é a de uma cápsula estranha e fechada que parece ainda não ter nascido para a luz.
Que fartos andamos de águas turvas e dias cinzentos!
Arre!
Oxalá o futuro seja mais risonho!