Dias mãeores

um blog de mãe para recuperar o tempo perdido em dias sempre mais curtos que o desejado

terça-feira, outubro 25, 2011

MOTOFONIA


Motofonia é um solo poético para todas as infâncias que utiliza elementos naturais e objectos do quotidiano para desenhar uma viagem sonora e visual.

Assim começa a experiência, com uma promessa que se cumpre, palavra por palavra, num extraordinário espectáculo que vimos no dia 15 no CCB. A prova absoluta de que a música para crianças poderá ser de uma qualidade extraordinária e que nada pode igualar a quantidade de excelentes espectáculos a que tenho ido com o A. por desculpa (quase sempre para uma idade superior, como este que era para 6 anos).

Fazem-se coisas mesmo boas por esse país fora!
E o A, é um miúdo tão incrível nos seus 3 anos curiosos e fascinados, aguentando espectáculos de 50 min. em perfeita concentração e fascínio.

"Os sons contam histórias que não precisam de palavras. Levam-nos a sítios. Dentro de nós. Onde nunca antes estivemos. Não entendemos tudo. Não precisamos de entender tudo. Pressentimos uma harmonia. E partilhamos esse espaço de convergência. Encontramo-nos neste sítio que se chama agora. E talvez nunca nos voltemos a cruzar. Temos isto de comum. O estar.
Motofonia é um solo poético para todas as infâncias que utiliza elementos naturais e objectos do quotidiano para desenhar uma viagem sonora e visual.
Tenho desde sempre um fascínio pela transformação de objectos do quotidiano em instrumentos musicais, objectos sonoros, mecanismos que além de serem fontes geradoras de som funcionem também enquanto engenhos cénicos comunicantes pelo seu lado visual e simbólico.
Através de um loop sampler gravo, reproduzo e sobreponho em tempo real qualquer som, criando paisagens sonoras, construções rítmicas, coros ou mesmo diversas camadas de “silêncio”…
Interessam-me as histórias dos objectos e as viagens pelas quais eles nos podem levar.
Interessam-me as viagens e os espaços pelos quais elas nos podem levar.
Interessam-me os espaços e as imagens pelas quais eles nos podem levar.
Interessa-me deixar-me levar."

Fernando Mota | Creation and Interpretation | Concepção e Interpretação

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domingo, outubro 23, 2011

Et voilá la baguette!



A arte de fazer pão tem bastantes mais subtilezas do que parece. Encontrar a receita certa, a técnica, o ponto da massa, tudo conspira para que uma padeira amadora se sinta um pouco insegura. Há no entanto um prazer associado ao acto de fazer que no caso do pão se vê reforçado de maneira única. A magia da levedação não cessa de me surpreender.
Fora mais o tempo livre e acho que abria mesmo uma mini padaria!

Até porque precisava tanto de aprimorar a técnica (sim que estas baguetes estão boas mas ainda não falam francês!).

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os primeiros gorrinhos da estação







Não é que a chuva me agrade particularmente.
Na verdade deprime-me sempre um pouco.
Mas confesso que tinha saudades da sensação boa dos dias mais frescos, do casaco ao final da terde, dos serões soalheiros de regresso ao tricot, tudo coisas associadas ao Outono e ao tempo que arrefece, que adormece lentamente na sua progressão de amarelos e castanhos e que convida o corpo ao recolhimento e à meditação.
A desejar o Outono comecei, ainda com demasiado calor, as primeiras incursões tricotadeiras da estação mas só agora me começam a saber finalmente bem.
Como quem encontra fionalmente o tempo certo, a peça que encaixa, ou não fosse o seu propósito tecer agasalhos, mimos e aconchegos na calidez do ninho.
Talvez por isso os primeiros gorrinhos da estação sejam sempre muito mais que uma peça de roupa, um fruto doce que anuncia finalmente a mudança de estação e o início do casulo regenerador.

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domingo, outubro 16, 2011

um pão básico para partilhar no Dia Mundial do Pão





Para celebrar este dia tinha decidido fazer uma ciabatta
(do livro Pão - como fazer à mão ou à máquina de Eric Treuille e Ursula Ferrigno)
e para isso preparei o pré-fermento ou isco com 24 horas de antecedência tal como mandava a receita.

Mas, apesar da dedicação, nem sempre tudo corre como pensamos na alquimia da cozinha e, apesar de ter seguido todos os passos, o resultado ficou longe do que se pretendia.
Claro que percebi que fui demasiado ambiciosa.
Uma ciabatta é um pão com uma massa demasiado líquida e mole, difícil de trabalhar, que requer a experiência e a sensibilidades de padeiros mais batidos.

Mas em vez de desanimar quando vi que o que saiu do forno estava longe de parecer o que vinha na foto (embora igualmente saboroso! Sim, que cá em casa não se desperdiçam pães por serem mais baixos, pálidos ou maljeitosos do que o desejado!) resolvi arregaçar as mangas e fazer um novo pão, desta vez básico, a partir de uma receita que vinha num livro de cozinha para crianças! (enfim, há que saber ajustar os desafios à altura das nossas competências!)

E desta vez o resultado foi digno de registo (embora deva dizer que o sabor da ciabatta, ainda que achatada, é infinitamente mais intenso e delicioso).

Aqui fica a receita (com algumas alterações), pois destinava-se a 2 pães de forma e cá em casa optámos por um ar mais rústico em forma de bola.

pão básico

ingredientes:

Massa
250ml de água morna
1 c. sopa de azeite (+ um pouco para untar)
15g de fermento fresco (eu usei 7g de fermento seco)
450 g de farinha de trigo (eu usei 300 farinha trigo para pão e 150g farinha trigo integral para pão)
1 c. chá de açúcar cristalizado fino
2 c. chá de sal (usei flor de sal)

Cobertura
1 c. de chá de sementes papoila
1 c. de chá de sementes de sésamo brancas
1 c. de chá de sementes de sésamo pretas
1 punhado de sementes de girassol e pevides de abóbora
1 ovo batido (para pincelar)

peneira a farinha e o sal para uma tigela e junta o fermento e o açúcar. Junta o azeite e mexe juntando a água pouco a pouco.
Enfarinha as mãos e a superfície de trabalho. Amassa a massa durante cerca de 15 minutos até ficar macia e elástica.
põe a massa numa tigela untada e cobre-a com película aderente.
Coloca-a a levedar num local aquecido durante 1h30 ou até a massa ter duplicado de tamanho.
Aquece o forno a 220º. vaza a massa e passa-a para uma superfície levemente polvilhada. Amassa-a suavemente (fazendo dobras) durante 5 minutos.
Divide a massa em 2 rectãngulos. Coloca cada um numa forma untada, cobre-os e põe-nos num local aquecido até que dupliquem.
Pincela a massa com o ovo batido e polvilha com as sementes.
Leva a cozer durante 30-35 minutos ou até que esteja dourado e faça um som oco se lhe bateres com os nós dos dedos no fundo.

No caso do nosso pão não só lhe demos uma forma mais livre, como lhe fizémos um corte em cruz para cozer melhor e ficar mais bonito. Para uma côdea mais estaladiça usei um borrifador com água e borrifei o interior do forno na altura da colocação da massa e 5 e 10 minutos depois.

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sexta-feira, outubro 14, 2011

pãezinhos de pequeno almoço





Ontem à noite resolvi abrir a padaria uma vez mais. Ainda numa versão mista (metade feito pela máquina, metade feito por mim) sabe-me bem saber que os pãezinhos do pequeno almoço de hoje foram feitos em casa, com farinha biológica e carinho (como deve ser feita a comida que confeccionamos para os nossos).

Bake Bread for World Bread Day 2011
Estou a preparar-me para o fim-de-semana e para a celebração do dia mundial do pão - Domingo 16 de Outubro. Nesse dia conto aventurar-me num pão totalmente confeccionado e amassado à mão (desta vez nada de pães preguiçosos!).

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quinta-feira, outubro 13, 2011

Queremos um mundo mais justo

terça-feira, outubro 11, 2011

...

- Mãe, quem me vai levar à escola?
- Sou eu.
- E quem me vai buscar?
- Sou eu também.
- E o pai?
- O pai não pode filho. O pai tem uma apresentação e chega mais tarde.
- E tu achas isso bem?!

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sexta-feira, outubro 07, 2011

celebrações




Faz 3 anos que me tornei mãe.
Ou melhor, mãe já eu era, suspensa numa gravidez longa tecida de esperas, incertezas e esperanças (como todas afinal). Este foi apenas o dia em que tudo se tornou real, em que da fotografia e da promessa passámos à materialização deste filho, afinal um menino suave, sorridente e doce a aninhar-se no meu colo e a arrulhar sons satisfeitos, como todos os outros.
Foi o dia em que nos conhecemos, em que sem esforço selámos um pacto intenso e avassalador de amor eterno, em que experimentámos pela primeira vez o prazer emocionado de dizer baixinho: meu filho!

Hoje é o dia da família, o dia da nossa família, celebrado com muffins de baunilha e chocolate acabadinhos de sair do forno, velas e fogo de artifício.
Hoje é o dia em que comemoramos a felicidade de termos corações-barriga, redondos, elásticos, capazes de crescer, acolher e fazer nascer amores grandes como o mundo e filhos espantosos como este.

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quinta-feira, outubro 06, 2011

outono parisiense









Um leve tom sépia veste a cidade e confunde a percepção de um outono disfarçado de verão abrasador. Quem diria que Lutécia nos ofereceria dias de 30º em mês de Outubro.

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Paris



uma das poucas cidades que consegue sobreviver aos clichés e ser sempre o que se espera e se deseja e simultaneamente uma surpresa.

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