Dias mãeores

um blog de mãe para recuperar o tempo perdido em dias sempre mais curtos que o desejado

terça-feira, agosto 30, 2011

ser capaz 2





Agora que tenho o meu cantinho de costura e já não preciso de andar sempre de máquina ambulante, as obras aumentam. E o prazer, esse, talvez por ser tudo tão novo e recente, continua a ser intenso como uma espécie de renovada primeira vez.

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segunda-feira, agosto 29, 2011

doce de tomate



receita inventada (após consulta de várias fontes)

2 kg de tomates
900g açúcar branco
100g açúcar mascavado
sumo de 1 limão
sumo de 1 lima
gengibre ralado (3 colheres de café)
3 paus de canela
1 pitada de cravinho (procurei cravinho mesmo mas não havia cá em casa)


Pelar os tomates e desfazê-los grosseiramente para uma panela.
Juntar os restantes ingredientes e deixar apurar em lume brando até ficar em ponto de estrada (levou cerca de 3 horas).
Colocar em frascos, comer e oferecer!

Ficou verdadeiramente delicioso!!!

Nota 1: O ponto de estrada acha-se retirando uma colher de doce, colocando num pires, deixando arrefecer e depois passando o dedo pelo meio do doce. Se ficar uma estrada está no ponto.
Nota 2: os frascos foram previamente lavados e fervidos durante 1o minutos. Só se deve colocar o doce com os frascos completamente secos.
Na foto estão de pernas para o ar porque foi uma das formas de conservação que encontrei na net, encher até cima enquanto o doce está muito quente, fechar e colocar de cabeça para baixo até arrefecer. Vamos lá a ver se dura. É a primeira vez que sigo tantas regras!

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domingo, agosto 28, 2011

fim de semana






Entre o quarto dele e o nosso, o espaço dilata-se, transmutta-se, as leis da gravidade mudam. talvez por isso o tempo se transforme, cresça, estique, e o corpo precise de saltar, esbracejar, nadar e flutuar para ocupar bem todas as horas disponíveis.

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sábado, agosto 27, 2011

ser capaz




Usar as mãos, escolher a matéria, planear e fazer nascer com o entusiasmo crescente de quem vê as coisas tomarem forma diante do seu nariz.
Não há como a sensação de realização depois da obra feita (ainda que o processo tenha sido tortuoso por falta de disciplina e conhecimentos da costureira - uma moça muito criativa mas pouco dada ao preceito!)

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sexta-feira, agosto 26, 2011

Faz de conta


(a brincar com golfinhos e uma "Mafalda loura" da playmobil)

Às vezes quer ser a mafalda, ou mais precisamente, a mafalda loura e isso já nos levou a explicações embaraçadas junto da escola e desconhecidos.
Porque temos consciência de que soa estranho que uma criança do sexo masculino deixe de responder pelo próprio nome e passe a responder, e apenas, pelo de Mafalda, comportando-se e falando de forma diferente, sem prévio aviso nem contextualização para quem observa e não conhece os meandros da coisa.

E no entanto não tem grande mistério. Fã como é do espectáculo dos golfinhos do Jardim Zoológico de Lisboa, é natural que o A. saiba o nome de todos os tratadores e tratadoras, bem como o de todos os golfinhos a quem já fez festas e deu beijinhos várias vezes, e que de entre todos eles tenha escolhido o da Mafalfda loura (como ele) como tratadora de eleição.

E é uma fixação que dura há muito tempo obrigando-nos a assumir frequentemente o papel do Walter (pai) e Lia (mãe), os eternos colegas tratadores da nossa Mafalda, porque para o A. estas coisas se fazem como deve ser. E nós achamos graça. è uma idiossincrasia curiosa e divertida que, excluindo os embaraços ocasionais, nos torna mais originais como família.

O que não esperávamos é que esta transmutação pudesse durar tanto tempo.

Ontem regressou a casa transformado em Mafalda, brincou, conversou, jantou e deitou-se enquanto Mafalda,com uma voz e uma postura ligeiramente diferentes, mais adulta, um comportamento irrepreensível (devo dizer que um serão com a Mafalda é um descanso), opinando sobre coisas várias de um ponto de vista diferente, falando do A. na terceira pessoa e com uma coereência surpreendente (explicas-me como é que isto se faz? é que o A. sabe fazer mas eu nunca tinha cá estado antes e não sei), adormecendo sem chucha porque é mais crescida e já não usa!

E hoje, ao acordar, ainda era a Mafalda quem dormia na caminha pequena, dizendo que o A. se tinha ido embora a meio da noite para casa de um amigo e não tinha voltado. Foi ela quem comeu o pequenos almoço, se vestiu sem reclamar e se encaminhou calmamente para o carro, apesar das muitas tentativas minhas para fazer regressar o A. dessa noite fora de casa porque tinha de o levar à escola (e aparentemente ele agora estava invisível).

Já um pouco preocupada com este faz de conta insistente fi-lo despedir-se da Mafalda à porta do Jardim Zoológico porque ele agora tinha de ir para a escola e ela tinha de ir trabalhar.
E ele assim fez, com um beijo sonoro e um adeus até logo.
Mas ficou cabisbaixo, de beicinho tremido e lágrimas grandes a saltarem-lhe dos olhos. E nem cinco minutos tinham passado e já ele chorava verdadeiramente ao meu colo, inconsolável como quem se despede realmente de um ente querido, a dizer que a Mafalda agora se tinha ido embora e que estava muito triste.

O colo e o carinho da mãe desanuviaram a tristeza (como costuma ser prerrogativa dos colos e carinhos das mães) mas não desfez o ligeiro nó que me ficou no peito.
Será normal? O que fazemos?

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quinta-feira, agosto 25, 2011

chocolate





mais um esforço para povoar a cozinha com cheiros acolhedores!

a receita foi retirada daqui

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quarta-feira, agosto 24, 2011

lar



Desta vez o regresso de férias foi atribulado.
Ao entrarmos em casa um cheiro nauseabundo retirou-nos qualquer prazer de rever o lar. O congelador tinha sido desligado por acidente (o nosso combinado tem 2 motores em separado) e todo o seu conteúdo foi apodrecendo calmamente na nossa ausência, aproveitando o calor do verão para acelerar o inexorável processo de decomposição.
A cozinha, esse centro de todos os lares, estava verdadeiramente insuportável e a terefa que se nos impunha era seguramente algo que só desejamos aos nossos piores inimigos.

Lar é o sítio onde estamos, onde se desenham os afectos, onde se constrói a segurança, o aconchego e o carinho. A casa assume estas funções com a vivência e os laços que aí se desenham, mas também com os hábitos, os cheiros, o conforto do que é conhecido. O regresso faz-se sempre também deste reencontro com os espaços do aconchego.

Talvez por isso mesmo aquilo que mais tenha sentido quando me deparei com um espaço conhecido mas não acolhedor, com um cheiro de bicho morto que se entranhava por todos os cantos e nauseava mesmo os mais valentes, foi que aquela não era a minha casa. Que o meu espaço, o nosso lar, nos tinha sido roubado.

E a isto tivémos todos uma reacção de bicho acossado, de instinto inquieto, de ameaça latente, de desassossego. De candeias às avessas, turbulentos, quezilentos, desconfortáveis na nossa pele e naquele que deveria ser o nosso território e espaço de abrigo, prolongámos a desorientação por vários dias, mesmo depois de tudo limpo, reposto e em processo de solução.

Sei que não foi um assalto (não imagino o que isso seja) mas vivi-o como uma espécie de violação, de pilhagem, de invasão. E foi difícil fazer daquele espaço de novo o lar que nos acolhe (pelas razões óbvias - é verdadeiramente detestável viver no meio de um cheiro nauseabundo - mas também por razões menos facilmente nomeáveis).

Agora que tudo regressou à normalidade, o A. já não pára no patamar da escada a dizer que não quer entrar porque aquela casa já não era a nossa (têm grandes intuições as crianças pequenas), o equilíbrio tece-se nos carinhos de todos os dias, e o espaço volta lentamente a ser habitado pelos cheiros propícios ao acolhimento e crescimento.

À cozinha vão retornando agora os sons e cheiros costumeiros. E um adorável odor a canela vindo deste saboroso bolo de muesli ajuda a ir desfazendo a má memória.

terça-feira, agosto 23, 2011

descubra as diferenças



tiradas com um ano de diferença!

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segunda-feira, agosto 22, 2011

idade filosófica



Mãe, quando eu ainda não existia onde é que eu estava?

(o nível das perguntas está a dificultar cada vez mais a capacidade materna de encontrar respostas! E por isso a pergunta volta eternamente, consciente como está de que eu ainda não lhe consegui encontrar nenhuma resposta minimamente satisfatória. Sugestões?)

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domingo, agosto 14, 2011

feira medieval de silves


muralha de grês


cortejo


cornalusa (uns medievos cheios de cabos eléctricos!)

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fim de férias

sábado, agosto 13, 2011

contrastes

terça-feira, agosto 09, 2011

brincar com a areia





É de facto um entretém bestial, sobretudo para o pai que fica mesmo sossegadinho a fazer obras artísticas junto à linha de água. (ou não fosse ele chefe do departamento de Grandes Obras!)

Já para o filho enfim, tem dias em que é um entretém duradouro, outros, em que é um motivo acrescido para zangas e tropelias!

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segunda-feira, agosto 08, 2011

sopa de tomate maljeitoso



Não há melhor tomate que este, feio, maljeitoso, mole mas infinitamente aromático e saboroso.
Cozinhar com esta iguaria é fazer jus ao sol, ao verão, à produção local, à horta junto à casa (durante muito tempo alugávamos uma casa com uma horta e tínhamos licença para retirar desta os tomates que queríamos para as saladas e os pratos deliciosos que a minha mãe fazia!).
Agora não há horta mas a tradição mantém-se com uma ida ao mercado para comprovar que o tomate de época é mesmo o mais saboroso e que a produção ainda é local (embora a maioria dos alhos sejam espanhóis, a amêndoa também e os figos sejam turcos! O que se passará com os produtos regionais do algarve?).

Aqui fica a receita (é uma homenagem à Ana Gonçalves que sempre fez a melhor sopa de tomate do mundo!). Lamento não haver foto mas o pessoal comeu a sopa tão depressa que não me deu tempo para registar a coisa!

Aviso:
as quantidades referidas são meramente indicativas, eu sou muito pouco precisa nestas coisas.

Sopa de tomate com ovos escalfados

5 tomates grandes (bem maduros e maljeitosos)
4 batatas médias
1 cebola grande
4 dentes de alho (ou mais a gosto)
louro (a gosto - eu usei 4 folhas)
orégãos (a gosto mas de preferência sem ser de pacote)
sal
açúcar (se necessário)
azeite
1 litro de leite meio gordo
4 ovos

opcional
2 cenouras (neste caso aproveitei umas cenouras cozidas que tinham sobrado)

Descascar e cortar a cebola em rodelas bem como o alho, colocar tudo numa panela, juntar o louro e regar com azeite. Colocar ao lume e deixar refogar até a cebola ficar mole e transparente. Entretanto lavar e pelar os tomates e descascar e cortar as batatas às rodelas.
Juntar os tomates ao refogado de cebola esmigalhando-os com as mãos para dentro da panela (assim não se desperdiça nenhum sumo e como estes tomates não têm sementes não é preciso retirar mais nada senão a pele).
Deixar refogar mais um pouco e depois juntar as batatas (as cenouras também caso seja essa a opção) e deitar parte do leite até cobrir tudo. Temperar com sal e juntar os orégãos, deixar cozer mexendo de vez em quando para não pegar ao fundo.
À medida que o líquido for reduzindo um pouco, adicionar o restante leite e provar para rectificar o sal e adicionar açúcar caso seja necessário.
Quando tudo estiver bem cozido (as batatas deverão estar meio desfeitas)retirar o louro todo e moer muito bem com a varinha mágica.
Deverá ficar uma sopa espessa e cremosa (pode ter de se adicionar um pouco de água caso esteja espessa demais).

Voltar a colocar a sopa ao lume, partir e deitar os ovos para dentro da sopa um a um para escalfarem.
Deixar cozer em lume baixo mais uns 8 a 10 minutos vigiando com cuidado para os ovos não ficarem colados ao fundo e não queimarem.

Servir a sopa com um ovo por pessoa, polvilhar de orégãos e, se quiserem, acompanhar com uns croutons.

Bom apetite!

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domingo, agosto 07, 2011

efeitos de óptica









Uma exposição inesperada de efeito surpreendente, revestindo e emoldurando as paredes e janelas do Centro de Ciência Viva de Lagos.

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sábado, agosto 06, 2011

já houve gente com depressão por menos



a: Mãe, depois de quarenta fazes o quê?
eu: 41
a: e depois?
eu: 42
a: e depois?
eu: o que é que tu achas?
a: 43, e 44, e 45...
eu: Isso mesmo, e assim por aí adiante.
a: Até que não chegas a lado nenhum!

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sexta-feira, agosto 05, 2011

imperador assado no forno







Sei que não consegue competir com a beleza estética do ratatuille da Ana mas ainda assim devo dizer que ficou delicioso!

Cebola, alho, tomate, louro, orégãos, imperador, azeite, sal e vinho branco, uma hora no forno a 200º, regado regularmente para não secar nem queimar.
Uma alquimia que resulta sempre.

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rosários



Gosto sempre de namorar estes colares de malaguetas, vermelhas, carnudas, espantosamente apetecíveis. dão vontade de comprar e usar (pergunto-me como ainda não serviram de inspiração para a nova joalharia).
Pena que não suporte o picante na comida e que por isso acabe sempre por resistir á tentação, deixando-os a embelezar as bancas coloridas do mercado.

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peixe fresco



Hoje foi dia de ir ao mercado!

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segunda-feira, agosto 01, 2011

hoje

(à saída do carro onde tinha estado a dormir parte da sesta)

a: mãe eu preciso de dormir mais um bocadinho. Sabes porque é que eu preciso de dormir, porque senão fico muito rabugento!

(mas não dormiu e confirmou-se o vaticínio! E nós que achámos tão linda a frase e que pensámos, ai que miúdo tão inteligente!)

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dia de chuva II

dia de chuva




Lá fora os pingos grossos salpicam insistentemente a varanda e inundam o ar com o cheiro bom da terra molhada.
Cá dentro, mãos pequeninas e grandes encarregam-se de gerir o trânsito na cidade, tarefa nem sempre fácil dada a tendência infractora de alguns dos condutores de serviço!
E também uma certa propensão deste terreno para as catástrofes naturais!!! (sobretudo terramotos)

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